“Penso que minha
filosofia seja esta: tudo está errado até que Deus endireite.”
Esta afirmação do
Dr. A. W. Tozer resume perfeitamente a sua crença e o que ele tentou realizar
durante seus anos de ministério. Sua pregação e seus livros concentraram-se
inteiramente em Deus. Ele não tinha tempo para mercenários religiosos que
inventavam novas formas para promover suas mercadorias e subir nas
estatísticas. Tozer marchou ao ritmo de uma batida diferente e, por esta razão,
normalmente não acompanhava os passos de muitas das pessoas que participavam de
desfiles religiosos.
No entanto, foi
esta excentricidade cristã que nos fez amá-lo e apreciá-lo. Ele não tinha
receio em apontar o que era errado. Nem hesitou em dizer como Deus poderia
endireitar todas as coisas. Se é que um sermão pode ser comparado à luz, então,
A. W. Tozer emitia raios laser do púlpito, um feixe de luz que penetrava o
nosso coração, exauria nossa consciência, expunha nossos pecados e nos fazia
clamar: “O que devo fazer para ser salvo?” A resposta era sempre a mesma:
entregar-se a Cristo; procurar conhecê-lo de forma pessoal; crescer para
tornar-se como Ele.
Aiden Wilson Tozer
nasceu em Newburg (naquele tempo conhecida como La Jose), Pensilvânia, Estados
Unidos, em 21 de abril de 1897. Em 1912, sua família deixou a fazenda e foi
para Akron, Ohio; e, em 1915, ele se converteu a Cristo. No mesmo instante
passou a levar uma vida fervorosa de devoção e testemunho pessoal. Em 1919,
começou a pastorear a Alliance Church, em Nutter Fort, West Virginia. Também
pastoreou igrejas em Morgantown, West Virginia; Toledo; Ohio; Indianapolis,
Indiana; e, em 1928, foi para a Southside Alliance Church, em Chicago. Ali,
ministrou até novembro de 1959, quando tornou-se pastor da Avenue Road Church,
em Toronto, no Canadá. Um ataque cardíaco, em 12 de maio de 1963, pôs fim
àquele ministério, e Tozer foi chamado para a Glória.
Tozer alcançou um
número maior de pessoas por intermédio de suas obras do que por suas pregações.
Grande parte do que escreveu era refletido na pregação de pastores que
alimentavam a alma com as palavras de Tozer. Em maio de 1950, foi nomeado
editor de The Alliance Weekly, agora conhecida como The Alliance Witness, que
provavelmente foi a única revista religiosa a ser adquirida graças, sobretudo,
aos seus editoriais. Certa vez, o Dr. Tozer, em uma conferência na Evangelical
Press Association (Associação da Imprensa Evangélica), censurou alguns editores
que praticavam o que ele chamava de “jornalismo de supermercado” – duas colunas
de propagandas e uma nota de material para leitura. Era um escritor exigente e
tão duro consigo mesmo quanto com os outros.
O que há nas obras
de A. W. Tozer que nos prende a atenção e nos cativa? Primeiro, ele Tozer
escrevia com convicção. Não estava interessado nos cristãos superficiais de
Atenas que estavam à procura de algo novo. Tozer mergulhou novamente nas
antigas fontes e nos chamou de volta às veredas do passado, tendo plena
convicção e colocando em prática as verdades que ensinava.
Tozer era um
místico cristão em uma época pragmática e materialista. Ele ainda nos convida a
ver aquele verdadeiro mundo das coisas espirituais que transcendem o mundo
material que tanto nos atraem. Suplica para que agrademos a Deus e nos
esqueçamos da multidão. Ele nos implora que adoremos a Deus de modo que nos
tornemos mais parecidos com Ele. Como esta mensagem é desesperadamente
necessária em nossos dias!
"Na maioria dos lugares é difícil conseguir levar alguém a uma reunião da qual a única atração é Deus".
A. W. Tozer recebeu
a dádiva de compreender uma verdade espiritual e erguê-la para a luz para que,
como um diamante, cada faceta fosse observada e admirada. Ele não se perdeu nos
pântanos da homilética; o vento do Espírito soprava e ossos mortos reviviam.
Suas obras eram como graciosos camafeus cujo valor não se avalia por seu
tamanho. Sua pregação se caracterizava pela intensidade espiritual que
penetrava no coração do ouvinte e o ajudava a ver Deus. Feliz é o cristão que
possui um livro de Tozer à mão quando sua alma está sedenta e ele sente que
Deus está longe.
Tozer, em suas
obras, nos entusiasma tanto sobre a verdade que nos esquecemos de Tozer e
tratamos de pegar a Bíblia. Ele mesmo sempre dizia que o melhor livro é aquele
que faz o leitor parar e pensar por si mesmo. Tozer é como um prisma que
concentra a luz e depois revela sua beleza.
(Adaptado da Introdução do livro O
Melhor de Tozer, vol. 2. © Editora dos Clássicos, 2001.)
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